Chove calmamente lá fora enquanto escrevo esta crônica. O Natal já está quase aí, 2021 já despontou no horizonte e se aproxima cada vez mais rápido, expulsando 2020 do cenário.
Olho na janela e vejo algumas gotas de chuva que tiveram a trajetória de queda interrompida pela vidraça e me vem um pensamento vago e doce sobre o nada e sobre o tudo, sobre o que foi e sobre o que passou.
Avaliar o de fim de um ano é sempre bem-vindo e ajuda a calçar o novo período que se inicia e a entender que certas coisas chegam e logo depois partem para nos ensinar algo que talvez faça sentido outros tantos anos depois.
Cada ano tem a sua importância e densidade na nossa jornada. Mesmo que nada de relevante pareça ter acontecido, tenha a certeza que algo menor que um grão de areia se movimentou e vai provocar uma mudança em um futuro talvez não muito distante.
Sempre surgem rostos, amores (correspondidos ou não), sentimentos diversos, cores, sabores, desejos, encerramentos e inícios que abrem portas para o novo e janelas para dentro de nós mesmos.
Sempre chove, sempre deixa de chover, sempre sai o sol que depois se põe novamente, sempre vem o silêncio da madrugada com a lua e sua sinfonia de estrelas.
E sempre vem a certeza de que novas chances de felicidade sempre existirão, escondidas pelo caminho ou voltando com novas cores e roupagens em rostos e situações já conhecidos. Afinal, a vida é isso: um eterno fluir e mudanças o tempo todo.
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