Ir ao conteúdo

Ícone do Vigor

Eu conheci muitos “Gils do Vigor” ao longo da vida. Vários deles sucumbiram aos problemas da vida e o compasso da história acabou engolindo cada um deles.

Teve “Gil do Vigor” que acabou desistindo do existir. As vicissitudes da existência fizeram com que ele deixasse de enxergar o arco-íris e passasse a se ver em um enorme deserto em escala de cinza. A dor foi maior que a esperança e então seu próprio silêncio foi forjado. Dor para quem ficou, liberdade para alma que deixou de ver colorido e viu na morte uma passagem para uma situação melhor.

Teve “Gil do Vigor” que conseguiu ver um pouco do lado iluminado da vida, mas a homofobia fez sua vida ser ceifada. O silêncio oficial transformou a perda em um número estatístico. Mais um entre tantos outros “Gils do Vigor” que se foram da mesma forma: vítimas de um sistema que transforma em pária aquele que ama de um jeito que não é considerado convencional.

Vários outros “Gils do Vigor” eu não sei como estão ou se ainda estão e quando vejo o Gil do Vigor em um programa da Globo, entendo como um ícone de tantos outros que ainda existem por aí. Não é fácil para um Gil do Vigor conseguir estudar e chegar à semifinal de um reality show. Na verdade, todas as portas se fecham para os inúmeros “Gils do Vigor” que temos por aí. Ou sucubem ao que a realidade permite e tolhem seus sonhos ou enlouquecem e morrem aos poucos até deixarem de existir.

Vida longa ao Gilberto Nogueira! Que seu vigor se espalhe pelo Brasil e inspire tantos outros e mostre que é possível sim ser quem se é sem medo!

Publicado emCrônicas

Seja o primeiro a comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *