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A estrada certa

Tive três grandes amores até hoje, além de várias outras paixões. O primeiro tinha os olhos verdes, o segundo tinha os olhos negros e o terceiro também tinha os olhos negros, ao mesmo tempo doces e um sorriso tão enigmático quanto o da Monalisa.

Não foram paixões fulminantes, como alguns afirmam quando falo sobre isso. A paixão idealiza, o amor aceita. A paixão quer perfeição, o amor compreende. Eu não idealizava nem queria perfeição. Apenas sentia.

Nenhum deles deu certo. Não era para ser. O grande desafio é aceitar a intensidade desses grandes amores: uma avalanche de sentimentos montanha abaixo, que leva tudo que encontra pelo caminho, inclusive paixões e afetos antigos.

O grande desafio é lidar com a intensidade desses grandes amores e ter fé no futuro, esperando que um dia o coração acerte o alvo, como se as decepções fossem treinos preparatórios para os milagres que um dia hão de surgir.

O grande desafio é entender a verdade e aceitar a decepção. Cada tentativa errada é um pequeno luto e devemos ter forças para que ele seja passageiro, sem apagar de vez do coração a luz que sempre brilhou e foi ofuscada pela dor.

Desses amores restaram a doce lembrança e as palavras que hoje se tornaram esse post e vira e mexe se tornam versos e eventualmente são interpretados em canções.

Desses amores restaram a compreensão de que o amor é possível, basta encontrar a estrada certa e acreditar que, quando ele tiver que dar certo, ele vai continuar intenso, porém leve e solto.

Publicado emCrônicas

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