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O pernilongo

Cheguei em casa sentindo a cabeça doer, como se um temporal estivesse se armando por entre meus neurônios. Tomei um analgésico e deitei no escuro, como manda o roteiro de cura que preciso seguir à risca.

Pouco depois, um pernilongo. Ele voava faceiro pelo quarto, passeando por todos os cantos e se aproximava do meu ouvido fazendo o típico som de violino desafinado.

No escuro, tentei espantá-lo uma, duas, três vezes e ele persistia e parecia ignorar meus sinais.

Por fim, irritado, levantei e o matei após ele pousar no guarda-roupa.

Matei. Sem piedade!

Um único tapa e seu corpo, outrora cheio de vida e esvoaçante, caiu desfalecido no chão frio.

Mas, que sua morte não seja associada ao sangue frio de um humano cruel que tenta justificar sua maldade com o sofrimento causado por uma dor de cabeça.

Ele morreu sim, mas pela audácia.

Publicado emContos

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