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Sobre o tempo

Ao contrário do que prega o ditado popular, o tempo nunca me fez ou faz esquecer. O tempo me fez e sempre faz lembrar.

O tempo me fez lembrar que às vezes é preciso esvaziar a bagagem que levamos na viagem da vida. Assim, carregamos menos peso no trajeto e liberamos espaço para as paisagens mais belas e os sorrisos mais gratos.

O tempo me fez lembrar que não é preciso te esquecer, mas sim aprender que não adiantava continuar insistindo para que estrelas de constelações distintas, e opostas no céu das oportunidades, se cruzassem e formassem um novo desenho.

O tempo me fez lembrar que o caminho que trilhei foi sinuoso e cheio de espinhos por tantas vezes, mas isso foi necessário para que eu chegasse até aqui e entendesse que não há outra forma de existir a não ser aquela que me traz paz e serenidade.

O tempo me fez lembrar que me conhecer é fundamental para a tomada de decisões e que não preciso ter medo ou vergonha de ser aquilo que realmente sou.

O tempo me fez lembrar que para cada história de amor há sempre dois caminhos que podem ou não se cruzarem e, quando eles insistem em seguirem como vias paralelas, é necessário seguir em frente e deixar que o rio siga seu curso.

O tempo me fez lembrar que é preciso esperar e aproveitar a jornada, pois o trajeto vale tanto quanto o destino.

O tempo me fez lembrar que ver um sorriso de felicidade no rosto de quem a gente ama vale todo e qualquer sacrifício e que estar feliz com a felicidade do outro é a coisa mais valiosa que existe.

O tempo, por fim, me fez lembrar que ele é isso: um eterno e certeiro vai e vem, que ele passa e transforma a dor em ensinamento e adubo para a luz que temos dentro de nós e deixamos de lado por medo. 

Publicado emCrônicas

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