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Essa tal reciprocidade

Certa vez decidi apagar meu perfil em um site de relacionamentos. O motivo: cansei de estar cadastrado e não ter nenhum resultado após anos alimentando um perfil, conduzindo conversas e indo do nada ao lugar nenhum.

Após logar, na página inicial, no campo onde vejo os últimos perfis logados na região onde moro, vi alguns rostos conhecidos que continuam por lá, procurando por alguém.

Alguns eu conheço de outras redes sociais e também sei de algumas histórias que aconteceram comigo e outros amigos. Uma delas vou contar aqui.

Após um longo papo, marquei um encontro com uma pessoa desse site e ela não foi. Sumiu o dia inteiro, não respondeu nenhuma mensagem, não atendeu ao celular e, na hora combinada para nos encontrarmos, eu estava a caminho do local combinado quando decidi ligar e a pessoa desligou na minha cara.

Quando entrei no site, o primeiro perfil que apareceu no campo de “logins recentes” era o dela. Abri o perfil e prestei bastante atenção na forma como ela se apresenta: a descrição informa que ela é sincera e compreensiva e diz procurar alguém com educação e que a respeite.

Fiquei com um enorme ponto de interrogação no meu rosto quando li. Afinal, como alguém pode procurar o que nem ela parece ter? Respeito é um caminho de duas vias e quem busca sinceridade também deve oferecer.

No fim, muitos de nós estamos sozinhos pois exigimos o brownie mais fino e oferecemos em troca uma bolacha (ou seria biscoito?) recheada de baixíssima qualidade.

Amor é troca e cumplicidade, um toma lá dá cá generoso. Amor sem reciprocidade é o mesmo que estar acompanhado, mas viver na solidão.

Publicado emCrônicas

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